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Vitor Mejuto – O Livro das Palmeiras

22.09 03.11.2018
Galeria Fernando Santos
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“O Livro das Palmeiras” é um  projecto pictórico que nasce directamente da observação das cromolitografias do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp Von Martius, que integrou a Missão Austríaca, uma lendária expedição à floresta amazónica, no início do século XIX.
Esta aventura teve como ponto de partida o interesse pela botânica de Francisco I, imperador da Áustria.
O imperador aproveitou o casamento da sua segunda filha, a arquiduquesa Leopoldina com D. Pedro I – filho mais velho de D. João VI, Rei de Portugal, Brasil e Algarve – para organizar uma expedição científica ao novo continente. Toda a corte portuguesa se encontrava exilada no Brasil devido ao avanço das tropas napoleónicas, pelo que Leopoldina tinha obrigatoriamente de reunir-se ali com o seu futuro marido. A futura imperatriz consorte do Brasil viajou acompanhada dos melhores cientistas da época e foi desta forma que o Von Martius, que tinha à época pouco mais de vinte anos, iniciou uma fascinante viagem que durou três anos e na qual chegou a catalogar mais de 2000 tipos de palmeiras.


A obra que daí adveio, “O Livro das Palmeiras”, é um milagre que congrega ciência e arte: uma obra que hoje continua actual e que tem, além disso, uma enorme quantidade de informação, quase que como uma misteriosa potência pictórica.


Na sua pintura, Vitor Mejuto procurou captar o espírito, o aroma das imagens nas quais o botânico alemão organiza e distribui no espaço ramos, folhas e sementes. A beleza tem nestas imagens o seu caminho e em nenhum momento se sobrepõe ao rigor científico.  Esta é uma experiência visual perturbadora, que tem muito da poética dos livros de viagens e aventuras, já que um pintor é também, muitas vezes, um explorador.