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Bosco Sodi – Graphein – Pace Gallery, Londres

06.09.2013
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Bosco Sodi
‘Graphein’

Pace Gallery, Londres
05.09 – 04.10.2013

A Pace Gallery apresenta ‘Graphein’, a primeira exposição individual no Reino Unido composta por obra recente do artista mexicano Bosco Sodi. ‘Graphein’ estará patente na Pace London, 6-10 Lexington Street, de 5 Setembro a 4 Outubro de 2013.

Centrando-se na exploração dos materiais, no gesto criativo e na ligação espiritual do artista com a obra, Sodi procura transcender barreiras conceptuais.
‘Graphein’ apresenta sete pinturas monocromáticas de larga escala, únicas e não convencionais, produzidas durante o corrente ano, que prosseguem a utilização de pigmentos puros, serrim, pasta de madeira, fibras naturais, água e cola característicos do trabalho de Sodi.
Sodi não usa pincel, mas constrói as peças directamente no solo numa referência directa às ‘action paintings’ de Jackson Pollock. Uma vez terminados os métodos de criação controlados, estas telas passam por um processo de secagem no qual os factores externos, devidos às várias localizações de espaços de atelier, alteram a aparência dos relevos escultóricos das peças.  Uma multiplicidade de pequenas fracturas e enormes fissuras surgem à superfície criando um terreno que se assemelha a terra queimada. O carácter incontrolável da formação das fendas desempenha um papel fundamental no processo creativo de Sodi, deixando toda e qualquer interpretação a cargo do espectador.
Cada uma das pinturas de Sodi é um resumo das suas memórias e experiências colectivas, tornadas presentes num método de criação que carece da sua integral participação tanto física quanto emocional.
“A visão estética pessoal de Sodi é conseguida através de um árduo processo físico de manipulação de materiais, mas ao mesmo tempo adicionalmente caracterizada pelo facto de estes serem inseparávelmente envolvidos nas intuições fenomenológicas criativas que os materiais são capazes de gerar e recrear.  É uma equação pessoal onde experiências passadas e presentes e as suas associações geram um estado contínuo e único de unidade interna temporária.” como explica Mark Gisbourne crítico, historiador de arte e curador.
Graphein remete para a origem grega da palavra grafite e funciona como uma afirmação da fisicalidade da pintura sem referência às ideias por detrás da experiência do espectador perante a presença imediata da pintura.  Sodi deixa as suas pinturas sem título, com a intenção de remover toda e qualquer ligação para além da existência imediata da obra. A obra permanece, e é uma memória do diálogo com a matéria prima que lhe deu origem. O trabalho de Sodi tende a desafiar qualquer categorização mas é influênciado por movimentos tais como a ‘arte informal’ e ‘coloristas’ como Willem de Kooning ou Mark Rothko.
Como escreve Gisbourne, “qualquer tentativa de simplesmente reduzir a obra de Bosco Sodi a uma análise visual unicamente material é flagrantemente menosprezar a natureza criativa dos seus conteúdos.”