O trabalho de Jorge Perianes surpreende pelo desconcerto que causa a quem o observa, bem como pelo seu refinado humor. Irónico sem ser sarcástico, o artista espanhol apresenta pela primeira vez em contexto museológico nacional, obras da sua autoria numa exposição intitulada “Para que as coisas não se movam, atam-se com decorações”.
“Ao convidar-me a expor aqui e a conhecer o espaço, fiquei encantado.
Nesta exposição, há uma colocação estratégica de peças e algumas criadas para o próprio espaço. Jogando com a arquitectura.
Para mim foi um jogo, um jogo sério, mas muito interessante”, referiu o artista.
O comissário da exposição, Jorge da Costa, não tem dúvidas de que esta é uma exposição única, que vale a pena conhecer.
“Para além de ser uma grande exposição, foi também uma grande produção. Provavelmente das maiores que fizemos aqui no Centro de Arte Contemporânea, porque para além das peças, obviamente de coleccionadores e peças muito morosas e minuciosas que o Jorge Perianes tem feito, a exposição dele vive acima de tudo uma relação com arquitectura e portanto ele transformou completamente o espaço arquitectónico de Souto Moura”, salienta Jorge da Costa.