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André Vaz – Da Sebe ao Ser

14.06 03.08.2025
Galeria Fernando Santos
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“Cinco varas de eucalipto estruturam uma sebe que delimita o espaço e enquadra um conjunto de fardos secos de palha de trigo e feno; orelhas de coelho enceradas e entaladas numa dobradiça improvisada por um inquilino ausente. Um desenho como registo de uma flor velha de laranjeira em botão, que se propaga na folha de papel como uma sombra: desenhando-se de horizonte – a – horizonte sobre traço volátil e incerto.

DA SEBE AO SER resiste a uma imagem calafetada de rusticidade. O espaço como meio-objeto-sujeito que desafia visões panorâmicas tradicionais, reforça a ideia de incompletude e olha para as coisas como quem se sente nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo.

André Vaz cria partituras visuais minuciosas de grande rigor conceptual. A sua prática consiste em objetos ou grupo de objetos em estado de potencialidade, imbuídos de referências do mundo de fenómenos naturais e à maneira como os materiais, ações e narrativas estão interligados.

A sensibilidade formal combina uma elegância decadente que atende aos materiais crus e brutos, revelando uma atenção minuciosa que funciona como uma forma de resistência estética que não visa uma beleza natural, mas a desconstrução de uma paisagem ideológica.”