Esta exposição constrói-se longe das questões do mais ser menos ou do menos ser mais (ou mesmo, do menos ser menos, ou do mais ser mais), mas na consciência de que essas ideias ocorrerem quase como um vício, no olhar sobre a arte. Mesmo o “Less is a bore” do Venturi perderá aqui o sentido, porque vive (na irreverência?) do próprio ascetismo a que reage.
Explora-se aqui sobretudo o campo conceptual que se abre quando se coloca a possibilidade de limpar o vácuo. Como se limpa o vácuo? Enchendo-o? Mas enchendo-se, anula-se a ideia de limpar. De facto, o título desta exposição parece devorar-se a si próprio na coexistência de sentidos que se anulariam, não fosse esta possibilidade de os enunciar assim.
No facto de se fazer de pinturas, mas também de vídeo, de música, de desenhos (muitos desenhos, muitos….) esta exposição parece reforçar um sentido literal de excesso, pela diversidade de meios. E o desenho é aqui a personagem principal, obviamente nos desenhos, mas também na pintura, no vídeo – o fazer como se este fosse compulsivo, como de facto é o acto de pensar (ou será o desenho o actor que representa outra personagem que não o desenho?).