Sandra Baía (Lisboa, 1968) viveu parte da sua infância em vários países africanos. Aos 18 anos foi viver e trabalhar para Londres, na indústria da moda. Após alguns anos regressou a Portugal e estabeleceu-se como artista a tempo inteiro. “Sinto que faço parte de uma era na qual o artista explora e sobrepõe diversos vocabulários artísticos. Actualmente trabalho com um âmbito alargado de materiais industriais e de técnicas enquanto meios, como metáfora para uma indústria pós-moderna e fragmentada. Desta forma, dou a conhecer as minhas preocupações com novas expressões artísticas que podem forçar a experiência dos observadores para além do acto puramente visual e óptico, transformando-se assim num acto e numa experiência física. Isto resulta numa participação orientada pelas antíteses existentes entre a tridimensionalidade orgânica e minimalista das esculturas de pequena, média e larga escala assim como das instalações e site-specifics.
Nessa perspectiva, e dentro de um ambiente de interação, exploro a relação íntima do objecto artístico com um ambiente específico, como isso pode provocar relações visuais, físicas e cognitivas com o observador e como pode criar espaços discursivos (ou ambientes) nos quais o observador pode experienciar conceitos como massa, peso e gravidade, assim como fluidez, fragilidade e instabilidade, procurando assim induzir uma resposta à vulnerabilidade, individualidade e complexa contradição da condição humana, nas suas relações com os seus universos interiores e exteriores.”