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Pedro Cabrita Reis – Les Trois Grâces – Jardin des Tuileries, Paris

11.02.2022
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Les Trois Grâces
Jardin des Tuileries, Musée du Louvre, Paris

11.02. – 07.06.2022

Le Musée du Louvre invite l’artiste portugais Pedro Cabrita Reis à concevoir une œuvre monumentale exposée dans le Grand Réservé nord du Jardin des Tuileries dans le cadre de la Saison France-Portugal 2022.
Cabrita a conçu une œuvre originale, en liège portugais, qui réinterprète un thème essentiel de l’Antiquité gréco-romaine, Les Trois Grâces, dont le musée du Louvre possède plusieurs versions.

Pedro Cabrita Reis – Les Trois Grâces – Jardin des Tuileries, Paris

As “Três Graças” foram uma proposta sua ou um pedido específico do Louvre? Se foi uma escolha sua, porquê esta opção?
Foi uma escolha minha. Interessa-me reavaliar temas, mitos e narrativas que fundamentam a História da Arte. As “Três Graças”, atravessando a nossa História europeia desde antes da Antiguidade Clássica, não estão fora deste meu inquérito.

Considerada a obra que melhor representa a beleza feminina na arte, pergunto o que representa mais para si?
Representa o desafio de olhar para um tema que foi ao longo dos séculos tratado de forma diferente por diferentes artistas e ao qual eu posso acrescentar uma visão contemporânea.

Irá criar esta peça toda em cortiça, na Corticeira Amorim. Que características (dimensão, material, dificuldade) terá a obra?
É um facto. A Corticeira Amorim decidiu, desde o princípio, associar-se a este meu projeto disponibilizando materiais, espaço e logística. A minha escultura “Três Graças” compõe-se de três elementos autónomos, todos em cortiça, tendo cada um cerca de 4,50 m de altura e aproximadamente 500 kg de peso, estando apoiados sobre uma base em ferro com cerca de 400 kg.

Será a primeira obra desta envergadura?
Não. Sempre lidei naturalmente com as grandes escalas e o espaço público. Veja-se, entre outros, o caso recente da obra “Central Tejo” que realizei a pedido da EDP.

Esta é a sua primeira obra em cortiça? Porquê este material?
Sim. Para além da vontade de incluir novos materiais no meu processo criativo, a cortiça tem, entre outras, a vantagem de ser sustentável e nacional.

O seu atelier será dentro da Corticeira Amorim?
Depois do meu próprio atelier e, de uma outra empresa onde fabriquei, já em cortiça, as maquetes para esta minha escultura, será nas instalações da Amorim que realizarei a fase final da mesma.

Quanto tempo demorará a fazer a obra?
Nesta fase final da execução da escultura, cerca de dois meses.

Com quantas pessoas vai contar na sua equipa para a execução desta obra?
Com uma equipa de cinco assistentes.

Como espera ser recebido, enquanto artista, num ambiente industrial totalmente distinto: um “chão de fábrica” e do operariado?
O mundo do trabalho é-me familiar desde há muito tempo, seja em Portugal, seja fora do país. Fiz, nesse mundo, muitos e bons amigos que, com a sua experiência e entusiasmo, me ajudaram na execução das obras que fui criando, nos lugares por onde passei.

Foi escolhido pelo Louvre em que contexto?
As “Três Graças” serão apresentadas no quadro da Temporada Portugal – França. O Louvre está indissociavelmente ligado a este projeto bilateral e, nesse quadro, decidiu convidar-me a propor uma obra para o Jardim das Tulherias. Talvez o facto de ter uma obra com visibilidade internacional consolidada possa ter influído nesse convite…
Fui convidado diretamente pela presidente do Louvre, Laurence des Cars.
Pela minha parte desafiei o João Pinharanda a acompanhar me neste processo, enquanto comissário.

Rosália Amorim
Cultura – Diário de Notícias