Alumínio, vidro, brilho vs mate, orgânico e rugoso são antíteses que podemos encontrar no trabalho que Cabrita irá mostrar ao público na Galeria Fernando Santos.
Ao brilho metálico e industrial de materiais como o alumínio, opõe-se a superfície rugosa e mate do acrílico; à transparência do vidro, o carácter telúrico das cores (verdes, castanhos e vermelhos vivos e viscerais); às formas regulares e geometricamente ponderadas, o acaso da mancha.
Fechados em caixas herméticas estes trabalhos apresentam-se como representantes da pintura, da escultura (uma vez que o carácter bidimensional geralmente atribuído à pintura assume aqui as três dimensões) e da arquitectura, graças à alusão que o acrílico faz ao espaço edificado.