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Cristian Villavicencio – Layers in Flux

18.06 10.09.2016
Galeria Fernando Santos (Project Room)
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Esta exposição de Cristian Villavicencio explora questões de espaço, tempo e pontos de vista através do conceito de “geografias em mutação”, mas explora também o efeito do aleatório na percepção, bem como a ligação entre o analógico e o digital.

Algumas das peças podem ser descritas como cartografias mutantes. Os observadores vêem-se a traçar os movimentos das peças de forma a perceberem as suas transformações dinâmicas. Esta experiência é desenhada para sugerir isso: tal como o contexto natural, também as camadas da realidade transformam-se num processo que só é discernido a partir de pontos de vista específicos. 

As esculturas e as imagens em movimento chamam a atenção para a relação entre os âmbitos do digital e do analógico que estas obras de arte abarcam. A sua aparência mecânica, é desenhada digitalmente e criada com recurso a comandos numéricos computorizados como o CNC ou a impressão 3D. Podem por isso ser tratadas e entendidas como máquinas. Mas são falíveis: falhas nos códigos e erros na produção são deixados assim, por reparar. A discrição do digital é revelada e deixa o observador a questionar a sua aleatoriedade, o seu material e os elementos fragmentados.

Neste espaço imersivo, os observadores não só investigam, como também se relacionam com o processo. Algumas das peças apenas entram em acção quando um “corpo estranho” (observador) se posiciona dentro de uma proximidade específica – será que o observador se torna apenas uma peça na engrenagem imperfeita? Os mapas fragmentados e distorcidos criados neste espaço pedem-nos que imerjamos juntamente com a máquina e com o sistema. Enquanto partes do mecanismo, somos estimulados para sentir a sua ubiquidade em paralelo com as camadas digitais e geográficas do quotidiano.

Agata Mergler, PhD

Cristian Villavicencio (Quito – Equador, 1984) vive e trabalha, actualmente, em Bilbau, Espanha.
A sua produção, que inclui imagens em movimento, escultura e arte multimédia, foca-se na relação instável entre o analógico e o digital. O seu trabalho tem sido exposto em museus e centros de arte no País Basco como o Museu Guggenheim de Bilbau, a Sala Rekalde, o Centro Cultural Montehermoso Kulturenea, mas também internacionais, como é exemplo a participação na exposição 10 years Interface Cultures no Ars Electronica Festival em Linz, bem como na Moving Image Biennale (BIM), em Buenos Aires, Argentina e na Unmade Displays, em Udine, Itália, entre outros.

Cristian viu o seu trabalho reconhecido várias vezes como aconteceu com a atribuição do prémio “Artista na Galeria”, prémio especial Arte Laguna em Veneza, Itália; o primeiro lugar na First Biennial of Contemporary Art, em Quito, Equador e o segundo lugar na exposição Emerging Artist Exhibition, Ertibil 2015, em Bilbau, Espanha. Participou igualmente numa residência artística no MA Studio em Pequim, China.

O artista possui uma graduação académica em Belas Artes e encontra-se a levar a cabo o seu projecto de doutoramento intitulado “A materialidade da imagem em movimento” na Universidade do País Basco em Bilbau, Espanha.