João Louro
Johnny Cash, Elvis Presley, Roy Orbison
Espaço Padaria Independente
8 Novembro a 23 Dezembro 2008
Johnny Cash, nos bastidores, antes do concerto na Folson State Prison, aperta a mão a Elvis Presley e oferece-lhe um cigarro Lucky Strike.
Saem, e a caminho do palco improvisado da prisão, no chão, dobrada, aberta ao acaso, está uma página da revista Playboy com um artigo sobre o Google que diz, em letras pequenas:
“A cultura é global e equidistante. Não há ninguém que esteja mais perto da cultura ou num lugar ou posição privilegiada para falar dela. Estamos todos à mesma distância de todas as culturas.
É a forma como se organiza a informação que produz o interesse dessa informação.
Só assim a inteligência pode brilhar.
Já não há artistas locais, nem culturas locais, nem espectadores locais. E querer fazer valer uma cultura local, tem o significado do desespero ou de oportunismo camuflado”.
Johnny Cash apaga o cigarro no chão… despede-se e entra na sala com a guitarra na mão.
Entre assobios e gritos, na excitação da sala, há uma voz que se ouve mais alto:
I Love America and America Loves me. I Hate America and America Hates me!