João Paulo Feliciano
Music Lessons II
6 Junho a 31 Julho 2009
Na sequência da sua última exposição em 2008 na Galeria Cristina Guerra (Lisboa), intitulada Lições de Música, João Paulo Feliciano continua a explorar a metáfora da aprendizagem musical como processo de desenvolvimento de uma linguagem artística.
Tal como na exposição anterior, JPF cruza referências à sua própria história e experiência musical e artística com comentários e citações mais ou menos irónicas à ideia de cultura enquanto cadeia ininterrupta de transmissão de conhecimento.
No entanto, neste “segundo capitulo” de Lições de Música, o artista ultrapassa um certo formalismo e contenção propositadamente assumidos na exposição anterior, revelando obras onde o gesto impulsivo, a disrupção, o quebrar de regras, a falha, a inépcia, o abandono, as limitações, e até uma certa brutalidade assumem um carácter expressivo e de urgência criativa.
Em Lições de Música – Vol. II, João Paulo Feliciano apresenta-nos vídeos, fotografias, e esculturas/objecto numa diversidade de registos que é característica do seu trabalho.
João Paulo Feliciano (Caldas da Rainha, 1963) iniciou a sua carreira como artista plástico em meados da década de oitenta.
Após uma breve incursão pela pintura e uma curta mas decisiva estadia em Bruxelas, marcada pela incorporação de materiais reciclados e encontrados, Feliciano passou a adoptar uma atitude mais conceptual perante o seu trabalho artístico. A sua obra não tardou em ser impulsionada pela força explosiva e intensidade da música rock, reforçada na década de noventa pela sua actividade com a banda Tina & The Top Ten ou ainda com o projecto experimental No Noise Reduction, partilhado com Rafael Toral.
É mais ou menos nesta altura que referências e elementos da música em geral, e do rock em particular, começam a permear a obra do artista e a alimentar a sua atitude inquieta.
Em vez de se ficar por categorias estanques e disciplinas estáveis, João Paulo Feliciano tem optado por atravessar fronteiras com a sua postura experimental e adopção de procedimentos ágeis que induzem o acaso, a indeterminação e a incerteza no seio de uma obra que ao longo das últimas décadas se tem mostrado idiossincrática e muito pouco linear.