Jorge Pinheiro
Realmente Real
18 Setembro a 30 Outubro 2010
Da máxima figuração à máxima abstracção…
Depois da exposição “Coisas Várias” apresentada na Galeria Fernando Santos em Janeiro de 2009, na que Jorge Pinheiro preconizava através da pintura uma máxima figuração histórica, o artista apresenta-nos agora uma série de sete esculturas e sete pinturas/objecto que se inserem na sua intensa fase abstracta dos anos 60 e meados dos anos 70.
Tendo sido concebidas e pensadas durante quase duas décadas, e tendo os seus estudos, projectos e croquis apenas “saído da gaveta” para integrarem o catálogo da grande retrospectiva que o CAM da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa dedicou ao artista em 2002, podemos hoje com grande entusiasmo dizer que estas obras maiores da Obra de Jorge Pinheiro, 40 anos após terem sido pensadas, vêem finalmente a “luz do dia”…
REALMENTE REAL
“Lasciate ogni speranza, voi che entrate” pois não ides deparar-vos com um espectáculo em “reprise” porque, então, não vo-lo havia apresentado e porque não teve existência aquilo que agora o constitui.
Ou por outra: existiu, primordialmente, num outro corpo, entre os finais de sessenta e os meados de setenta do século XX e, no seu modo de ser, formou a essência de uma realidade real. Mas, sem baptismo que o remisse, por largos anos se manteve no silêncio do limbo.
Porém, num belo dia, por um fenómeno de metempsicose, a sua alma transmigrou para um corpo virtual – o que deixou Pitágoras e Platão perplexos – e tornou-se realmente virtual.
E assim permaneceu uma década, inquieto, até que, assumindo a consciência de si, abandonou essa quase ectoplásmica condição e reencarnou nesta existência realmente real.“
Jorge Pinheiro, Setembro 2010