Inauguração: 22 Setembro pelas 16h00
Pré-inauguração: 21 Setembro pelas 22h00
Patente até 03 Novembro 2012
A Galeria Fernando Santos apresenta a partir do próximo dia 22 de Setembro a exposição “Luz sem Préstimo” de José Loureiro (Mangualde, 1961), esta que é a sua segunda exposição individual na Galeria e pode ser visitada até ao dia 3 de Novembro de 2012.
Escrevia João Miguel Fernandes Jorge em “José Loureiro-Pinturas de 2008” a propósito daquela primeira exposição:
“… José Loureiro apresenta um conjunto de pinturas a óleo de grandes dimensões.
Sobre um fundo constituído por intensas colorações — amarelo cádmio, lilás, verde permanente, vermelho cádmio escuro e vermelho cádmio claro ou azul cobalto — evoluem traços negros. A rectaguarda das cores, em fundo, estabelece uma anterioridade em relação às figuras (plenos traços negros) que completam as obras. Como se as cores tivessem aguardado um tempo de espera. (…)”
Ora, se a exposição anterior foi pautada pela apresentação de pinturas de grandes dimensões em superfícies mais ortodoxas, numa dinâmica de sobreposições, repetições, perspectivas, ritmos e tensões, assistimos agora a, e traçando um contínuo relativamente à exposição “Bosão de L” recentemente apresentada no Museu da Electricidade em Lisboa, uma fragmentação das superfícies numa exploração das suas múltiplas possibilidades.
Loureiro prossegue – num abstracionismo cada vez mais depurado – o eterno questionamento em relação à pintura, mantendo, num processo quase obsessivo de rigor, a estrutura da pincelada – “onde reside a essência da pintura” – em jogos de opacidade, luz e sombra, cor, vazio e amplitude, matéria, densidade e espaço, que de imediato nos remetem para fenómenos da física.
Quanto aos media, ao processo e ao posicionamento do artista perante a actualidade da pintura, estes são os habituais na sua obra, testemunhamos sim, agora, a uma derivação no que diz respeito aos seus desenvolvimentos formais.
“Parti as telas grandes em telas muito fininhas no Verão de 2009, em Julho, antes de ir passar 15 dias aos Açores.
O nome Priolo surgiu quando o vi escrito numa tabuleta do Pico da Vara, na ilha de São Miguel. Priolo é uma tela muito estreita e comprida com uma bordadura a negro e um interior constituído por uma única pincelada colorida, que começa num ponto e acaba nesse mesmo ponto.
Depois de Priolo comecei a falar de Filamento ou Aro, dependendo da espessura da pincelada, até chegar à pincelada extra larga de Espinosa.
Priolo, Filamento, Aro, Espinosa, tudo agora se mistura em Luz sem Préstimo.”
José Loureiro, 2012