Inauguração: 28 Abril pelas 16 Horas
Pré-inauguração: 27 Abril pelas 22 Horas
Patente até 2 Junho 2012
Com produção e organização da Galeria Fernando Santos e após apresentação recente no Palácio da Galeria em Tavira, no Centro Cultural de Cascais (Fundação D. Luís I) e Centro de Arte Contemporânea de Bragança, naquela que foi uma itinerância de um ano, culminando com a próxima inauguração no dia 28 de Abril desta feita na Galeria Fernando Santos, no Porto, e pela primeira vez em Portugal, apresenta-se Pintura Interrogada, de Luis Gordillo, uma das mais relevantes figuras da arte abstracta em Espanha.
A propósito desta itinerância foi editado um catálogo bilingue, onde se publicam “12 Teses e meia sobre a Pintura de Luis Gordillo” por Bernardo Pinto de Almeida e “Anamnese Gordillo” por David Barro, de que desvendamos breves excertos:
“Tese n.º1- A Pintura de Luis Gordillo é, ao mesmo tempo, fácil e difícil. (…) Tese n.º2- A Pintura de Luis Gordillo é puramente visual e anti-literária. (…) Tese n.º3- A Pintura de Luis Gordillo deve mais a si mesma do que a qualquer outra. (..) Tese n.º4- A Pintura de Luis Gordillo, sendo de um espanhol, não é espanhola. (…) Tese n.º5- A Pintura de Luis Gordillo é afirmativa, experimental e culta. (…) Tese N.º6- A Pintura de Gordillo move-se por entre destroços do Modernismo histórico mas não é, por isso, pós-modernista. (…) Tese n.º- A pintura de Gordillo reporta as imagens possíveis de um mundo em acelerada transformação técnica e científica. (…) Tese n.º8- A pintura de Gordillo aproxima-se do art brut de Dubuffet. (…) Tese n.º9- A pintura de Gordillo recupera a noção do inconsciente visual (…) Tese n.º10- A pintura de Gordillo deve mais às expressões da cultura urbana do que às grandes tradições da história da arte. (…) Tese n.º11- A pintura de Gordillo caminha no desconhecido. (…) Tese n.º12- A pintura de Gordillo caminha para uma anti-pintura. (…) Tese n.º12 e ½ – A pintura de Gordillo descerra um puro espaço poético: que cada um, então, saiba ir nela encontrar a sua própria fonte.”
Bernardo Pinto de Almeida, 2011
“Uma última imagem captada no seu estúdio revela-se definitiva: tentar uma aproximação a uma trajectória tão rica como a de Luis Gordillo é assim uma espécie de chuva de imagens e recortes que deslizam pela nossa cabeça para configurar uma espécie de caleidoscópio de múltiplas possibilidades de leitura. Não restam dúvidas de que essa circunstância se deve, e não deixo de insistir nisso, ao facto de poucos artistas terem sido tão insistentes como ele na hora de perseguir a imagem, e poucos como ele conseguiram readaptar-se a cada tempo sem se preocupar obsessivamente com a ideia de aparentar ser moderno. (…)
Porque se torna difícil deparar com artistas que conseguem acercar-se durante décadas do motivo de uma maneira tão tensa, tão inquieta como se fosse um principiante que roça o descobrimento. (…)”
David Barro, 2011
Breve nota biográfica:
Nascido em Sevilha, em 1934, Luis Gordillo tornou-se uma referência artística na criação pictórica espanhola das últimas décadas.
Após a licenciatura em Direito pela Universidade de Sevilla iniciou estudos em Belas Artes que cedo abandonou partindo para Paris. Tendo assimilado as novas linguagens criativas das últimas cinco décadas de uma forma muito pessoal e posteriormente influenciado pelo Informalismo, pela Pop Art e pela Nova Figuração, Gordillo configurou a sua estética de uma forma invulgar, sempre acompanhado pela ambição de criar novos discursos baseados no seu interesse particular pela psicanálise, pela cinematografia e pela música.
O seu já longo percurso artístico, marcado por uma continua experimentação e procura de novas técnicas, novos meios de produção e novos horizontes plásticos, levou-o a desenvolver universos, narrativas e simbolismos tão ricos e complexos e uma cada vez maior abstracção, onde universos paralelos coexistem em cartografias mentais e invulgares imagens caleidoscópicas.
Luis Gordillo recebeu ao longo da sua carreira inúmeros prémios e reconhecimentos – dos quais destacamos o Prémio Velasquez para as Artes Plásticas atribuído em 2007 – expôs em importantes museus e espaços institucionais e a sua Obra integra as mais reconhecidas colecções públicas de Arte Contemporânea.