Luis Gordillo viu reconhecida a sua trajectória nas artes gráficas “dando inclusivamente ideias à sua própria pintura, e alimentando o seu discurso plástico, e ao mesmo tempo ampliando os limites da Arte gráfica”. Assim o explica o júri do Premio Nacional de Arte Gráfica 2012, que adjudicou este galardão a Gordillo por unanimidade. O artista andaluz amplia deste modo um brilhante curriculum no qual não faltam o Prémio Nacional de Artes Plásticas e o Velázquez.
O Prémio Nacional de Arte Gráfica reconhece o trabalho dos creadores espanhóis que se dedicam à gravura e técnicas similares, impulsionando a sua práctica e estimulando o coleccionismo.
Em 1911 obteve este Prémio Rafael Canogar, que integra o jurado de 2012. Junto a si atribuiram-no o artista José Hernández, o crítico Fernando Castro Flórez, o director da Feira Internacional de Arte “Múltiple Estampa”, Chema de Francisco, e o académico Juan Bordes.
Luis Gordillo é um dos artistas que com mais acutilância capta a verdade emotiva do indivíduo. Na sua Obra oferecem-se ao espectador inteligente vias de escape intelectual e sensorial para mergulhar num mundo no qual nenhuma certeza está garantida.
Gordillo é um artista desprendido, que não pertence de todo a nada nem a ninguém. Ele próprio se reconhece “mais como a ponte do que como a ilha na qual se apoia”, o que dá esse carácter tão pessoal a uma extensa obra onde transpira a constante aproximação e afastamento de todas as correntes ao seu redor, das quais absorve, transforma e manipula tudo quando o comove.
Do grupo El Paso, Gordillo sente particular admiração por Manolo Millares, e dos artistas do Dau al Set atraem-no a relação com o Surrealismo, a fascinação por Gaudí e o retorno ao mágico, ainda que seja Tàpies o seu referente principal e um artista que admira profundamente. Como ele, continua a trabalhar um mínimo de cinco horas por dia no seu estúdio de Madrid. E, aos 77 anos, renega como sempre fez a utilização da Arte com fins políticos. “Eu defendo a Arte pela Arte”, explica com espontaneidade.