Os óleos e desenhos “Preto e Branco”, sucedem às “Paisagens Ocultas”, das quais conservam a sinuosidade da linha e os sete espaços que estruturam a composição.
Descontinuam, porém, o cromatismo que identifica o meu trabalho desde o início dos anos 50 (com excepção da série “Pinturas Cor de Barro” dos anos dos anos 90), substituindo-o por um monocromatismo que utiliza o preto (ivory black) aplicado sobre a tela, em sucessivas camadas de diferente densidade.
O branco mais luminoso é, assim, o próprio branco da tela, sem a aplicação de qualquer transparência; as nuances substituem a pintura lisa que o desenho delimitava.
É possível que a memória do paisagismo de Patinir, Greco, Caspar Friederich, Turner, Théodore Rousseau, tenha pontuado a realização deste “Preto e Branco”, permitindo-me definir imagens actuais, alicerçadas na história interminável da Pintura.
Mas, como se sabe, no final, é o tempo que gere a contemporaneidade.
Nikias Skapinakis, 2019