Pedro Casqueiro
Veículo
02 Março | 13 Abril 201
A Galeria Fernando Santos apresenta, a partir do próximo dia 2 de Março, e pela primeira vez, uma exposição individual do artista Pedro Casqueiro.
“Veículo”, pintura sobre tela, obra recente, é o título desta nova mostra de Pedro Casqueiro, artista que passou recentemente a ser representado pela galeria.
Pedro Casqueiro (Lisboa, 1959)
Vive e trabalha em Lisboa.
Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.
Desde a sua primeira exposição realizada em 1981 que a sua obra denota a capacidade do artista trabalhar cores, matérias, formas e espaço de uma forma abstrata mas atravessada por citações sígnicas criando uma corrente entre a vida e a obra, partindo da subjetividade que garante a universalidade da obra.
Numa primeira fase, a sua pintura possuía uma violência expressiva que foi sendo invadida por uma superfície branca como um véu que cobre de uma forma velada as estruturas subjacentes à composição das suas imagens. Mas ao longo dos anos noventa as suas pinturas vão-se estruturando, atingindo o equilíbrio entre uma pintura “arquitectónica” e elementos mais recuados.
A pintura de Pedro Casqueiro parte de uma situação que, segundo a classificação tradicional seguida por Kuspit, é “orgânica” (kandiskiana) evoluindo para uma solução “geométrica” (malevitchiana/mondrianesa). Casqueiro aproxima-se dessa abstração geométrica desde os seus primeiros trabalhos definindo uma malha estruturante que sustenta as suas imagens e fazendo coincidir essa explicitação com exemplos da história da pintura abstrata, como é o caso de Mondrian, em relação ao qual Casqueiro confessa ter uma sensível e intuitiva relação.
A malha estrutura a visão mas é a cor que define as formas. Este desacerto entre o subjacente e o evidente, a diferença de peso específico que as duas componentes (estrutura-forma/cor) apresentam, são os elementos que constroem o seu discurso pictórico.
Em 1997, a pintura de Pedro Casqueiro adquire uma nova dimensão. Surge um luminoso espaço interior onde a dimensão da imagem sugere a ideia de um ecrã que regista um espaço cenográfico, virtual, pleno de possibilidades interativas e cada pintura é, em si mesma, a representação de um espaço para a exposição de obras de arte. Estes trabalhos, sendo pinturas, integram um modelo de visão que parece ser-lhe oposto, o da dinâmica dos jogos de vídeo.
Após 1997, os seus trabalhos prolongam a malha arquitectónica mas reduzindo-a novamente a uma dominante bidimensionalidade. Surge, então, uma abertura de dois novos caminhos: um regresso à palavra escrita na tela e uma vertente figurativa, apesar de mais rara. É a partir deste núcleo de pinturas onde a forma se faz palavra que Casqueiro prossegue a investigação de sinais de representação provenientes do mundo da BD como, por exemplo, fumos, explosões, sinais de movimento, sinais de choque, etc., onde a letra-palavra se faz imagem, articulando os elementos no espaço e a sua descontextualização, num estádio de desvalorização do valor significante da palavra.
O trabalho de Pedro Casqueiro integra a exposição colectiva RISO – uma Exposição a Sério, patente no Museu da Electricidade, Fundação EDP.
Recentemente expôs no espaço Chiado 8, com curadoria de Bruno Marchand, e na Culturgest, Porto, com curadoria de Miguel Wandschneider. Em 1997 teve uma retrospectiva no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
O seu trabalho integra algumas das mais representativas colecções públicas de Arte Contemporânea tais como: Banco Comércio e Indústria, Lisboa, Portugal; Banco Português de Negócios, Lisboa, Portugal; CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa, Portugal; Colecção MACE, António Cachola, Elvas, Portugal; Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa, Portugal; Fundação de Serralves, Porto, Portugal; Ministério da Cultura, Lisboa, Portugal; Museu do Chiado – MNAC; Museu de Arte Contemporânea, Funchal, Portugal; P.L.M.J., Lisboa, Portugal, entre outras.