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Press-release “Luvas Brancas” (Pedro Valdez Cardoso)

Inaugura dia 15 de Janeiro 2022, na Galeria Fernando Santos, a exposição “Luvas Brancas” com obras da autoria do artista Pedro Valdez Cardoso, mostra esta que permanecerá aberta ao público até 12 de Março.

Depois de expor em 2018 na naquele espaço, Pedro Valdez Cardoso regressa à Galeria Fernando Santos com uma nova exposição que “embora não deva ser entendida como uma exposição antológica, é, contudo, uma exposição que integra obras que vão de 2003 a 2021 – a maior parte inéditas ou nunca antes expostas, mesmo as mais antigas – e  que recorda as grandes temáticas e problemáticas que Valdez Cardoso tem vindo a trabalhar ao longo de duas décadas de trabalho: os antagonismos levantados pela estória, mas também a encenação e a cenografia, o corpo, a opulência grotesca, o romantismo neogótico, o dúplice, o original e o humor.

O título expositivo, Luvas brancas, encerra um certo cerimonial que é, todavia, aparente. Estamos, na verdade, perante a desconstrução desse cerimonial, através de um guião e de uma dramaturgia abertos, com frases e expressões cravadas na parede, recolhidas e montadas como se de um grande material compósito se tratasse. É essa a realidade contemporânea, feita de cortes, costuras, suturas, camadas e sobreposições.”

Trata-se de uma exposição composta por cerca de 20 obras da autoria do artista lisboeta, obras essas que incluem escultura, instalação e vídeo. Entre elas encontram-se os grupos de objectos revestidos a tecido, papel, plástico ou materiais diversos que os uniformizam e protegem de uma leitura heterogénea (The long wait, Under, ou Técnicas de adestramento), ou mesmo as palavras e expressões costuradas em papel (Heavy, 44) ou até revestidas por um só material (trabalhos da série Em voz baixa). Há nas obras de Pedro Valdez Cardoso que se apresentam nesta exposição uma referência à morte, seja através da utilização de partes de esqueletos humanos (como acontece na obra Untitled (Play Dead) ou Hard) ou através de elementos com ela conotados (como as gravatas negras em The funeral party ou Un autre).

“Luvas Brancas, de Pedro Valdez Cardoso, deambula por estas ambivalências e inquietações. Entre desejo e contenção, libertação e submissão, vida e morte, sinceridade e ironia – os grandes paradoxos psicossexuais, que pedem mais empatia que solução para os compreender –, Luvas Brancas reitera a subversão do artista nas questões do poder, do jogo, da ficção (especulativa ou não) e na construção da identidade.”

Pedro Valdez Cardoso vive e trabalha em Lisboa. Expõe regularmente desde 2001, tendo participado em inúmeras exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro. A obra que tem vindo a desenvolver, com maior foco na escultura e na instalação, centra-se sobretudo em problemáticas relacionadas com a identidade (social, sexual e cultural) e questões pós-coloniais. Encontra-se representado em diversas colecções públicas, das quais se destacam: Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, Açores; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa e IVAM – Institut Valencià d’Art Modern, Valência, Espanha.