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Santiago Ydáñez – Obra Recente 2006

23.09 28.10.2006
Galeria Fernando Santos
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Antes e depois do festím
Uma conversa entre Fernando Castro Flórez e Santiago Ydañez.

Cheguei ao Porto com um cansaço imenso, com a sensação de que dificilmente poderia manter uma conversa com Santiago Ydañez, embora o conheça há anos e tenhamos uma excelente relação. O bom foi, mais que encontrar-me com ele e com o seu galerista Fernando Santos, terem sido capazes de me transmitir uma forte energia que me tirou do profundo torpor. Fomos directos a um armazém um tanto degradado, no qual, ao redor de um automóvel, havia uma enorme quantidade de quadros de Ydañez, fruto da sua actividade frenética. Tinha pintado, quase de forma febril, obras de grande formato, visões de rostos, humanos e animais, santos e corpos estripados. Com uma câmara digital gravámos uma conversa sem guião fixo, deixando-nos levar pelo impulso da pintura que estava ali tão perto. Tão só a imperiosa chamada de Fernando Santos para que fossemos comer nos apartou da lida. Mas depois, com um rigor imisericordioso regressámos às andanças e completámos a tarde, com o estômago cheio de uma comida pantagruélica, divagando sobre viagens e querenças.

Fernando Castro: Tinhas pensado colocar como capa deste catálogo uma foto tua na qual parodiavas outra de Sarah Lucas, em que aparece fumando um charuto, o que é que te interessava nessa imagem?

Santiago Ydañez: Gosto desses toques de humor. Tratava-se de uma paródia mas também me atraía o que tinha de pose, seria inclusive um certo ambiente “místico”. A verdade é que, se pensei em piratear esse catálogo foi porque achei muita piada a essa foto e, além disso, assim não tinha que dar voltas à cabeça no momento de pensar como tinha que ser o meu próprio catálogo. Disse para mim: Pois bem, também eu vou fazer uma pose mística. (…)

Santiago Ydáñez - Obra Recente 2006
Santiago Ydáñez – Obra Recente 2006

Taxidermia Espiritual
 
“A união de diferentes espiritualidades, assim como de diferentes animalidades são o referente do meu trabalho. nesta exposição alio imagens de carácter religioso com outras da natureza, principalmente faunísticas.
Rostos humanos com expressões de ausência mística ou de forte presença romântica dividem o espaço com imagens extraídas de museus de história natural.
A arte sacra, o romantismo e a maestria do taxidermista saúdam-se.”
 
Santiago Ydáñez
Julho 2006