Avelino Sá
O Hóspede da Casa do Infinito
19.03 – 07.05.2022
“O Hóspede da Casa do Infinito” é o título da exposição de trabalhos recentes da autoria do artista Avelino Sá que a Galeria Fernando Santos inaugura dia 19 de Março e estará aberta ao público até dia 07 de Maio.
Avelino Sá expõe na Galeria Fernando Santos desde 2008. Esta será a sua quinta exposição individual neste espaço.
Sempre pautadas pela presença da palavra ou reflexão acerca desta, a exposição “O hóspede da casa do infinito” vai buscar o seu nome, desta feita, à poesia de Holderlin. “O título reporta, igualmente, uma relação essencial com o acto de criação que é, evidentemente, a condição verdadeira da arte, apesar de quanto a pode limitar.” Não se trata, portanto, de uma relação ekfrástica, mas antes, de “procurar perceber, através das formas, gestos e matéria próprios da pintura, de que modo se pode reconstituir um espaço e um tempo que, antes se deram a compreender pela poesia.”
O uso da encáustica – técnica que consiste em aplicar sobre uma superfície várias camadas de cera misturada com pigmento – corrobora o sentido de palimpsesto que os quadros de Avelino Sá possuem já que, para além de não estabelecer a relação ekfrástica, estes também não devem ser vistos como literais face ao texto.
A exposição é composta por 21 pinturas (encáustica sobre madeira) com diferentes dimensões, e 31 desenhos intitulados “A Torre”, sendo que também eles se apresentam em relação com a obra de Holderlin. Entre as obras expostas nota-se a abertura da paleta a cores até aqui mais contidas (Os Carvalhos, Scardanelli), bem como a presença de uma quase figuração (O belo sol de Verão, A lágrima que no bosque se soltou era tua, A torre), a escrita enquanto desenho e signo (Dias calmos, Alpes) ou até o uso da palavra em contexto esquemático (algo que podemos ver em Tunbigen e em alguns desenhos da série “A Torre”).
Avelino Sá (1961, Santa Maria da Feira), é licenciado em Artes Plásticas-Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, cidade onde vive e trabalha. Expõe regularmente desde 1982 e em 1987 apresentou a sua primeira exposição individual. Além de Portugal, expôs na Alemanha, Espanha, Holanda, Brasil e Cabo Verde. Foi Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013. As suas obras integram coleções públicas e privadas, designadamente a colecção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, do Museu Extremenho e Ibero-americano de Arte Contemporânea (MEIAC), Badajoz e do Museu Berardo, de Arte Moderna e Contemporânea, Centro Cultural de Belém, Lisboa. De entre as exposições individuais, destacam-se, nos últimos anos: “As minhas propriedades” na Fundação D. Luís I em Cascais (2020), “Quase nada” na Galeria Fernando Santos, Porto (2019), “O Som do Orvalho” na Galeria Fernando Santos, Porto (2017), “Desde o Começo Não Há Nada” no Museu Alberto Sampaio, Guimarães (2015). Expôs colectivamente no 25o Aniversário da Galeria Fernando Santos, Porto (2017), no Colégio das Artes, Universidade de Coimbra (2017 – “Rrevolução”), ou na 9a Edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Museu Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante (2013).