A partir de dia 22 de Janeiro e até 25 de Março de 2025 vai ser possível visitar, no Museo Arqueológico Nacional em Madrid, a exposição “Caps [y] Bous: el tercer cuerno” de Bernardi Roig. Esta mostra vai apresentar ao público três instalações de grande escala colocadas no Pátio Norte, Pátio Sul e no Jardim, entre outros espaços do museu madrileno.
Março de 1985, Maiorca. Um agricultor exausto de tanto trabalhar sugere aos seu capataz que se movam algumas pedras de grandes dimensões para ampliar o terreno de cultivo. Ao fim da tarde, depois de mover as primeiras pedras e cavarem parte da área encontram um objecto metálico surgindo em seguida uns imponentes cornos. Estes objectos, chamados Bous de Costitx (Bois de Costitx, sendo Costitx o nome da povoação onde foram encontrados), estavam escondidos/desaparecidos há 2.500 anos. Foram idolatrados, protegidos e até enterrados. Representavam medos, derrotas e alucinações, mas nunca tiveram um corpo. Por não possuirem um torso ou membros eram colocados em colunas ou pendurados nas paredes. Podemos ver uma versão de um dos bois no Pátio Norte do Museu, suspenso entre blocos de luz que emerge de uma torre infinita. A cabeça do boi confunde-se com a brancura desta torre e é um símbolo do silêncio e da masculinidade exausta: é mais uma vibração do que um som real.
Esta exposição propõe um novo olhar que vá em busca do que está por aparecer. A intervenção nas salas e jardins do Museo Arqueológico Nacional desenvolve a ideia de memória entendida como uma sequência que constitui um passado linear, para convertê-la num conjunto de experiências que se cruzam e sobrepõem.