“Chamou-se “Contos da Lua Vaga Depois da Chuva” aquele filme de Mizoguchi que a todos nos enfeitiçou, águas paradas, barcos, fantasmas, barcas deslizando em silêncio, ramos de árvores, mortos que regressam, vinganças, paixões, lagos, maldições, noites lácteas, a morte, o mal.
Também aqui, nesta estrada sem destino que João Jacinto toma, retoma, recomeça, faz, desfaz, parece que estamos depois da chuva, tudo parece ainda húmido, o silêncio é de morte, como prosaicamente se diz.
Sim, instala-se aqui um silêncio obscuro, nada vive. (…)”
Jorge Silva Melo, Maio 2019