Centro de Arte Contemporânea de Bragança
29 Janeiro a 3 Abril 2011
Numa obra onde vem coexistindo, de forma assídua, a prática do desenho, a escultura de Rui Sanches (Lisboa, 1954) afirmou-se, nos primeiros anos, em exercícios desconstrutivistas de pendor minimal, tendo como referente um conjunto de pinturas clássicas e neo-clássicas.
A partir dos anos 90, num continuado desafio à experimentação e à inovação, a hegemonia das formas geometrizadas e a citação viriam a ser preteridas ou convertidas em linhas curvilíneas e estratificadas, capazes de evocar configurações orgânicas e dinâmicas.
As suas esculturas afirmam-se num vocabulário de linhas e volumes, de cheios e vazios, de luz e de sombra, desafiando simultaneamente o visitante a reflectir e a explorar, a partir de distintos pontos de vista, uma pluralidade de leituras ou configurações.
Para a construção da sua gramática escultórica – que fazem desta uma das obras mais marcantes do contexto artístico nacional da década de 1980 – Rui Sanches socorre-se de materiais triviais, transformados industrialmente, que usa de forma directa e depurada, como aglomerados e contraplacados de madeira, fragmentos de canalizações, vidros e espelhos ou mesmo a luz, aproximando-a, de algum modo, da esfera do quotidiano.
A exposição que agora se apresenta em Bragança, construída a partir de uma criteriosa selecção de desenhos e esculturas, ilustra, em jeito de sinopse, os períodos mais representativos da obra e do percurso do artista, iniciado em 1984.
Comissariado: Jorge da Costa
Produção: Câmara Municipal de Bragança
Colaboração: Fundação EDP, CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação CGD – Culturgest, Galeria Fernando Santos e Museu Colecção Berardo