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There is a Fine Line Between Genius & Insanity But You Snorted It

19.03 07.05.2022
Galeria Fernando Santos (Espaço 531)
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Bosco Sodi / Jorge Galindo / Richie Culver
There is a fine line between genius & insanity but you snorted it

19.03 – 07.05.2022

A Galeria Fernando Santos inaugura dia 19 de Março a exposição colectiva “There’s a fine line between genius & insanity… but you snorted it” com obras da autoria dos artistas Bosco Sodi, Jorge Galindo e Richie Culver.
A mostra estará patente ao público até dia 07 de Maio no Espaço 531.

Richie Culver, Bosco Sodi, Jorge Galindo

O título, retirado de uma obra da autoria do artista inglês Richie Culver, é uma provocação ao universo do mercado de arte, actuando como vector dinâmico que perpassa as linhas condutoras das obras destes três artistas. As mesmas não podem ser pensadas como paralelas, mas antes como entidades autónomas, com características próprias que encontram, pontualmente, marcas em comum.

Em Bosco Sodi deparamo-nos com a materialidade da cor, com o seu volume e até com o acto performativo associado à concepção das obras do artista mexicano. Monocromáticas e quase escultóricas, estas obras diferenciam-se das da autoria do artista espanhol Jorge Galindo, pois com este último o que ressalta é o policromatismo. Não podemos esquecer que o artista trabalha entre a figuração e a abstracção, mas sempre tendo a cor como instrumento primário na transmissão do conceito.
Podemos, no entanto, notar que tanto Bosco Sodi como Jorge Galindo tomam o acto físico de aplicar cor – e a cor em si – como características indissociáveis dos seus trabalhos. As criações de ambos possuem aspectos que são adequados ao consumo actual da obra de arte e que as redes sociais amplificam: rápido e epidérmico.
Se estas ilustram as publicações, as obras de Richie Culver são o texto que lhes dá sentido num mundo cada vez menos tolerante à palavra, o que origina uma exposição que muito bem lembra o feed, a principal fonte de outputs de hoje em dia. Juntas, as obras de Jorge Galindo e Richie Culver, ou deste e as de Bosco Sodi reflectem a cultura dos “memes”, mas também aludem à arte de rua. Culver, com a referência ao grafiti, e Galindo, com os cartazes colados que caracterizam uma época não encerrada da sua produção artística, trazem parte da sua vida (um em ligação com a boémia de Berlim e outro com a movida da sua Madrid), em épocas e contextos diferentes, para o interior da Galeria de Arte. Em Bosco a cultura da rua não é urbana, mas não deixa de ser notória a questão da agregação de uma comunidade em torno da obra de arte, ou somente a sua representação.
É grupal, é tribal e por isso encontra-se em diálogo com as obras de Galindo e de Richie Culver.

A Galeria torna-se assim o mural de uma rede social naquela que é uma outra forma de entender a Arte Contemporânea, sem, no entanto, descurar uma crítica à mesma, às suas formas de consumo e ao mercado que lhe é indissociável.

Richie Culver - Galeria Fernando Santos
Jorge Galindo - Galeria Fernando Santos
Richie Culver - Galeria Fernando Santos
Bosco Sodi - Galeria Fernando Santos
Richie Culver - Galeria Fernando Santos
Jorge Galindo - Galeria Fernando Santos
Richie Culver - Galeria Fernando Santos
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